Para entender um pouco o contexto deste blog, é preciso passar pela parte nem tão engraçada e nem tão mal humorada da minha vida... É preciso saber o que aconteceu lá atrás, para compreender tudo o que veio depois. Então vamos lá!
Nascia lá pelo final de um dia do final do mes de março, a primeira filha, a primeira neta, a primeira bisneta, a primeira tataraneta de uma familia cheia de misturas... todas essas numa só. Imaginem então o tanto de espectativas colocadas nessa menininha... sonhos, desejos, promessas... qual seria a cor de seus olhos?
Os olhos se abriram azuis esverdeados como os olhos do pai, cabelos loiros, loiros... como os primeiros desejos desejaram.
Surgia ali a tal Carolina, cheia de mimos, cuidados e uma babaçao completa de 8 tias avós, 4 tios muito proximos, madrinha... Mas nem tudo foram flores no reino da princesinha, não por maldade, mas por necessidades que se passam pela vida.
Papai e mamãe continuavam trabalhando e estudando para que o futuro fosse melhor, então a Carol passou a ficar full time na casa dos avós (babões como bons avós ) antes mesmo de saber o que significava essa expressão. E isso nunca foi um problema não! Só papai que as vezes ficava meio constrangido qdo eu, a tal Carol, não queria ir para casa aos finais de semana. Rs
Veio então a escolinha e os primeiros problemas...
Até hoje não se sabe o que aconteceu, se alguma espécie de estresse, pré disposição genetica, reflexo da alimentação ou tudo junto numa mistura explosiva... Manifestaram-se as convulsões.
Hoje, uma das minhas cachorras sofre de convulsões... acredite quem quiser, o remedinho de cabeceira da Tati, a cachorra, é um comprimido de Gardenal. Hoje as crises dela são raras, mas acontecem... se ver uma cachorrinha (mesmo com diagnóstico) se debater no chão sem controle aperta e desespera o coração, imagino como dói para uma mãe ver seu/sua filho(a) passando pelo mesmo e pior, sem ter idéia do porquê!
Começou então a maratona de médicos... se hoje a gente escuta tanta bobagem, tantos diagnósticos controversos, se consulta, com o perdão da palavra, numas antas, imaginem há quase.... cof cof cof, 30 anos!
Depois de muito peregrinar, minha mãe descobriu que o especialista que ela deveria me levar era um endocrinologista. E quem disse que existia um endocrino especializado em crianças? Aliás, quem disse que tinham "bons" médicos no Abc?
Iamos para São Paulo, aaaahh como me cansava... lá ia eu deitada no banco de trás (sim, sem cinto, pq na década de 80 isso não era necessario nem na frente) olhando para o céu... aquilo me dava um sono...
Então chegavamos num consultorio, que eu me lembro, bem arrumado e cheio de fila... Não sei ao certo, mas minha impressão é que ficávamos ali por 2, 3, 4 horas seguidas. Podiam ser 20, 30 minutos, mas para meu tempo de criança aquilo passava se rastejando como a eternidade.
Chegava então a minha vez, lembro de pouca coisa, vagamente do médico, mas, lembro de instruções "aberrativas", como "dê para ela somente 4 fatias de frios por semana". Como assim?! Qualquer um enfia 4 fatias de frios dentro de um unico lanche!
"Chup-chup nem pensar!". Era pedir para que eu morresse ali mesmo na frente do médico... não poder chupar aquele chup-chup de brigadeiro que vinha com uma vaquinha desenhada na frente!!! Aaaaaaaaaahhhhhhhhh!!! Acho que foi ali que os primeiros traços de revolta começaram a se desenhar dentro de mim...
A parte dos "nãos" cabe em outro post, tratamento, dificuldades, mas aqui, conto o diagnóstico:
- Hipoglicemia + alto colesterol + alto trigliceris = criança com doenças de "velho" (quadro muito raro e muito preocupante no incio dos anos 80).
O primeiro endocrino assustou 'um pouco' minha mãe... me diagnosticou com falência pancreatica, ou seja, dependente de insulina dali, dos 4 anos de idade até o fim da vida. Não convencida, minha mãe buscou outros médicos e consequentemente outros diagnóticos.
E foi aí, já tão novinha, que me deparei com a (PORRA) da "reeducação alimentar"..........
Mal sabia eu o que poderia vir pela frente...
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